Andar pela L2 Norte se tornou naquela noite algo mais quente e excitante. A rádio do carro estava ligada nessas rádios que falam sobre o trânsito, mas após uma interferência começou os pesados acordes de uma banda que eu nunca - nunca - tive interesse em conhecer.
A música era o single da banda e bastou para me fazer "repetir até cair no sono". 'Do I wanna know?' tocou entre chiados e roncar de motores às 18h na L2. Bastou para eu sentir meu corpo leve e minha alma descolar de lugar e flutuar sobre os bancos do carro. Sentir a música com o corpo tem je ne si qua todo especial.
O álbum, AM é novo, mas parece ser muito familiar para mim. Os acordes, letras e tons encaixam perfeitamente com o que ando pensando, escrevendo, sentindo. Quando isso acontece, merece um pouco de atenção. O ir embora, o chegar, a dúvida, o sexo e o amor são descritos nas letras como quem fuma cigarro em um filme preto e branco.
As doze músicas parecem terem sido compostas numa "lapada" só. Elas se mesclam entre si e faz do disco uma arte completa.
Eu lembro da nossa primeira e única vez. Estava de camiseta amarela clara, cabelos vermelhos e, obviamente, com shorts jeans. Usava chinelos de dedo e isso, próximo as vestimentas das outras pessoas do local, era até arriscado perder uma unha ou até o mesmo o dedo.
Conversando sobre brincos e presentes, eu ficava pulando de rodinha e rodinha de pessoas que tomavam Cantina da Serra do lado de fora da casa de show. Falava sobre estudos, música e drogas com as pessoas e percebi que fora estava mais cheio que dentro.
Corri pela porta e ao passar pelo segurança, levei umas 15 carimbadas de um símbolo/palavra que não me recordo - para falar a verdade, me lembro de poucas coisas naquela noite. Dentro estava escuro como era de se esperar e as pessoas que vestiam camisas pretas, calças pretas, meias pretas, botas pretas, maquiagem preta, balançavam a cabeça inclinando seus corpos em coro.
A banda queimava o palco com os pés e mãos e eu só conseguia ficar estática, apesar de minha alma parecer estar em um carro a 160km/h. Por dentro, fervia e via lava quente escorrer pelas pernas finas que sempre tive. Por fora, apenas os olhos ressaqueados e esbugalhados olhava tamanha energia. Sentia o som balançar meus cabelos e arrepiar os pelos do braço, como quando suspiram sacanagens no bico de meu seio.
A imagem chegava em meu cérebro em slow motion e tudo o que via eram as luzes fazendo desenhos e contrastando com o breu do lugar. Vermelho era a cor daquela música - e para quem me conhece sabe o que isso é. Sentia cada nota manchar meu batom e me levar a um extase que só me fazia pensar em uma coisa: o rock não morreu, mas quero morrer logo depois de sair por essa portar para não perder essa sensação.
A banda estava em fúria. Eu entendia poucas palavras das letras mas senti cada uma delas como shots de tequila que esquentam o corpo quando cai no estômago. Eu tremia as sobrancelhas e tentava me prender a todos os minutos que eu tinha para ver tal banda.
Eles se debatiam no palco, faziam expressão de dor e raiva. Meu ser entrou em transe e, como coito interrompido, o som se desfez. Um silêncio enorme no local fez as pessoas aplaudirem como quem viu um show de duas horas, quando voltaram a si.
Minha mente, ainda alcoolizada pela noite anterior, voltou ao meu poder. Meu corpo, irritado, se indignava com minh'alma por não ter conseguido flexionar um musculo sequer.
Eu procuro Devana para me despedir, afinal, o que eu queria ouvir mais além do que já tinha ouvido?
A banda era enema noise (assim minúsculo, por que eu quis). E não importa muito sobre sua origem, referências musicais ou os grandes ídolos dos integrantes. O que interessa é que em meio a cordas quebradas, vozes rascantes, luzes coloridas, era possível o velho rock 'n' roll sair da cadeiras de rodas, soltar as seringas de soro - ou será heroína? - e comer minha alma como quem devora bolinhos de chocolate.
Eles lançaram um álbum chamado "Manual pouco prático do desapego" que tem tocado todos os dias na minha playlist digital e a toda distração da minha mente.
Confere aqui no link: http://enemanoise.bandcamp.com/
inicio este texto e esta é a terceira vez. abraço, de beto mejía, não inicia, mas
nos conduz a um universo sagrado e coletivo, onde nossos ouvidos são como os
portões de madeira que citados no seu site onde fiz gratuitamente o download do
disco.
em seguida, "a canção abre devagar seus
olhos", conduzindo-nos em uma, talvez, valsa que me leva a fase
inicial dos móveis, me fazendo sentir de novo aqueles arrepios e uma alegria
incontrolável, como se meu corpo etéreo vibrasse a cada corda, me levando pela
mão em uma dança linda. a música é suave e inocente, o refinamento técnico e
artístico são um acabamento perfeito e me encho de orgulho de ser conterrâneo e
contemporâneo de artistas como ele.o parágrafo acaba e me encho de expectativa
para a terceira faixa.
o piano inicia e acompanha uma letra bem resolvida,
como um quebra-cabeça de palavras e ideias bem movianas*. o tema é a concepção da vida. de início, estranhei uma
voz masculina cantar o universo da gestação de uma forma tão pessoal, que não
deixam mentir as palavras que descrevem o autor, como um marido apaixonado e
aspirante a pai - e caio na reflexão sobre o poder do amor em lapidar pessoas.
o álbum é versátil, leve e saboroso. dá vontade de gravar tudo num cd e sair
para viajar de carro com a janela aberta e mãos fazendo ondas no ar.
pelo momento que passa a produção musical nacional e
a fase que passam os próprios móveis - impossível não me segurar em fazer
comparações - fiquei extremamente feliz quando tive em mãos a possibilidade de
baixar este álbum. desde o início dos anos 2000, tenho observado uma tendência
ao hibridismo e um impulso à experimentação. mesmo não conseguindo identificar
no álbum um estilo claro, sinto uma unidade estético-poética que permeia todas
a faixas, garantindo um estilo próprio ao disco. mesmo com suas características
afins aos Móveis, é claro em Mejía a expressão de uma linguagem particular e
com aguçada atmosfera espiritual.
o álbum chega aos seus últimos segundos e, no
silêncio que sucede o fim, me espremo em uma ânsia que de que não disse tudo o
que gostaria. este álbum é mais que música, é imersão que só se consegue em
abraço verdadeiro. com palavras embaralhadas, apenas fico com a imagem do
músico que emerge das águas e lava os olhos, assim como me sinto em tantos
textos que escrevi até hoje.
*movianas (adj.). Relativo à banda Móveis Coloniais de Acaju..
Nós temos a mesma idade. Confesso que no começo duvidei um pouco da sua capacidade mental. Confesso que tive dois dedinhos de inveja. Hoje, venho confessar admiração à essa garota, à Mallu Magalhães.
'Pitanga' é o seu mais novo disco e acho que esse é o trabalho que melhor define ela como música. É claro o amadurecimento tanto em técnica quanto em letras e principalmente em sentimento. Mas o amadurecimento não tirou a inocência e a forma lunática que ela trata a música. Certamente não estamos falando da menina ingênua que conhecemos em 2008. A voz agora tem nuances novas e uma rouquidão que antes não existia. Há uma variedade maior de instrumentos, que não existia nos álbuns anteriores. Aliados às letras mais íntimas, melhor construídas, as músicas parecem mais preenchidas, não faltando espaços vazios, não deixando nada a desejar.
Aliás, as letras são as obras primas do álbum. Diferente do 'tchubarubaru' que a deixou famosa, Mallu agora vem com calor, com delicadeza, com sensualidade e mostra-se completamente apaixonada. A sinceridade está impregnada em todas as linhas e em todos os versos completam a sua honestidade.
O disco é pra se ouvir embaixo do lençol, de manhã cedo, na cerveja do almoço, no cigarro de fim de expediente. Pra se ouvir vendo o mar.
'Velha e Louca' abre o álbum. A música não traz muita novidade. É exatamente uma música de abertura. Há muitas características dos trabalhos anteriores da cantora, mas com a letra denuncia o aprimoramento que o 'Pitanga' prepara.
'Cena', a segunda faixa, já lembra um tango mas com qualidade e simplicidade ímpar. Com bateria marcada, com acordes simples o contrabaixo rouba a cena nas estrofes fazem a voz de Mallu deslizar docemente nas casas do violão.
O disco, produzido por Marcelo Camelo, tem digitais dele por todo lugar. 'Sambinha bom' é o mesmo que vê-lo sentado no sofá, com sua barba de personagem do Harry Potter, hipnotizando com música. Bom, não se pode negar que grande parte desse amadurecimento musical de Mallu foi influenciado por ele e, devido ao amor e relacionamento que têm, as letras também sofreram influência. Nessa música, Mallu surpreende numa espécie de bossa nova, o que lhe coube muito bem. Tão bem, que há outra no álbum: 'Ô, Ana'.
Nas músicas 'Olha só, moreno' e 'Por que você faz assim comigo?' ela consegue retratar a tristeza e os problemas de uma forma tão singela, tão delicada, tão frágil. As letras mostram a intimidade dela os arranjos, apesar de diferentes nas duas músicas, com tanta intensidade.
'Youhuhu', 'Baby I'm sure', 'In the morning', 'Lonely' são as músicas com mais partes em inglês do álbum. Todas elas tem um ar mais clássico, mesmo que seja tão novo, tão marcante. 'Youhuhu' tem muitas características da surf music, o que encaixou muito bem com a voz de Mallu. Ao mesmo tempo que tem língua estrangeira, a 'malemolência' na voz dela deixa a música com uma 'brasilidade' que só nós, nativos da terra tupiniquim, conhecemos.
Em 'Baby I'm sure', a voz de Magalhães deleita-se nas poucas notas arranhadas no teclado. A letra, de um ponto de vista completamente pessoal, lembra bilhetes que a gente escreve e nunca entrega.
Na 'In the morning' o teclado também é predominante. Lembra música de ninar. É, de todas, a mais lúdica.
'Lonely' é a única completamente feita em inglês, exceto pelo 'também'. Fica junto à 'Olha só, moreno' e 'Por que você faz assim comigo?', tendo uma letra intimista. Nessa música, durante as gravações é possível ouvir a sua voz duplicada e oitavada nos últimos versos, o que ficou muito bom. A voz dela é muito suave e um tanto infantil, um outro backvocal seria destoante. Genial!
Para aqueles que conhecem o seu trabalho desde sempre e sentiram falta do folk, a música 'Highlight Sensitive'. Mas há algo além do folk, algo além da fórmula que ela tinha. Descubra e compartilhe comigo.
'Cais' é uma música que eu queria ter composto.
Bem, vou parando por aqui, pois as lágrimas estão quase transbordando. Recomendo o álbum. Recomendo sentir o álbum. Recomendo ouvir só. Recomendo ouvir a dois, a um. 'Pitanga' não é apenas uma prova de crescimento técnico e de produção, mas de um amadurecimento de alma
"Junto da música, que gerou esse disco, gerou uma pessoa".
Bem como o nome sugere, o texto em questão é realmente uma arma para nossos ouvidos
e em especial para nossa alma. Uma bomba da mais suave, pura e doce
criatividade. Uma granada da delicada energia de Jack White. Blunderbuss
é o álbum solo de Jack e traz um rock com nuances do blues, do country, do
folk, do jazz. White mostra neste disco que a energia do rock'n'roll pode muito
bem ser acompanhada pelo piano, pelo violino, por um piano clássico.
Revolucionando e mostrando mais um tom de sua paleta de criatividade, Jack
White prova que consegue fazer rock da maneira mais simples com guitarra e
bateria, com o glorioso White Stripes, e com uma banda de mais de cinco
instrumentos diferentes. A versatilidade está aliada há uma imaginação ímpar e
um ouvido espetacular.
She put the ice up on my tongue and then it melted away
As músicas do álbum são, geralmente, curtas. Dois minutos e meio... Três.
Parecem pequenas pílulas para um vício que vem naturalmente com o passar das
músicas. As músicas têm temas corriqueiros de Jack: amor, mulheres, viagens (alcoólicas
ou não)... É possível perceber as influências de Led Zeppelin em White,
entretanto, esse álbum veio como com uma afirmação pleonástica do talento dele.
Jack é, para mim, o artista ícone em criatividade do último século.
Missing Pieces abre o álbum e de primeira, choca aqueles que estão
acostumados com a guitarra suja de Jack White. Um piano, um leve toque na
bateria, um riff simples na guitarra. Mas a música mostra a riqueza que a
banda, de mulheres, deu ao nosso caro amigo. Vocais que se aliam e tornam-se um
e a música vai ganhando consistência em nossos ouvidos.
You took me to a public place to quietly blend into
Logo depois, Sixteen Baltines chuta a porta e traz de volta a mesma
essência de White Stripes. A mudança de tons na voz de Jack, os jogos vocálicos
aliados com a guitarra distorcida, bateria com sequência simples, letra
contundente. Essa música é pra acalmar o ouvinte que conheceu Jack em outras
versões, mostrando que, apesar da delicadeza que uma banda acompanhada por um
violino, ele ainda é um roqueiro irredutivelmente. No entanto, para quem nunca
o ouviu, essa música é para mostrar que ele é capaz de tal proeza.
Freedom at 21 é uma das minhas favoritas. Acho que nessa música, Jack
cria o podemos chamar de 'rap blues'. Um baixo suave, uma guitarra com noises
sutis e uma bateria que não poderia ser melhor trabalhada para o que a música
pede. Palavras rápidas de contundentes jogadas entre um acorde e outro. Tema:
mulheres, mulheres, mulheres...
I wont let love disrupt, corrupt or interrupt me
Logo vem uma música de calmaria novamente. Gosto da forma que o disco foi
organizado e como as faixas foram dispostas. Enfim, vem Love
Interruption. Uma voz doce, linda e forte vem acompanhada a voz destoante
de Jack. O violão e o piano são cama para que essas vozes pulem e consigam dar profundidade
a uma das letras mais lindas que já ouvi.
Homônimo ao álbum, Blunderbuss começa com toques sutis num violão
acústico, logo depois, um piano começa a ser tocado como quem toca uma mulher
que já conhece. A música traz tranqüilidade à medida que a curiosidade da história
lunática da letra cantada cresce. A música o consagra, mesmo que ainda não
tenha acabado o álbum. A pureza e harmonia que os instrumentos se arranjam com
voz, sentimento e palavras colocados enriquecem o ouvinte.
But if you’re thinking like i, i think you’ll see that you’re mad at you too
Hypocrital Kiss tem um pouco das características de Freedom at 21,
com uma letra meio que falada, mas em questão de acidez nas palavras, não há
música no álbum como ela. O mais impressionante para mim, é como ele consegue
deixar a música agridoce, com frequentes riffs no piano e a letra que ela tem.
O mesmo se repete em Weep Themselves to Sleep, mas com uma roupagem mais
clássica.
I'm shaking lembra o rock'n'roll dos anos 50, tanto pela melodia da
música, pelos vocais, pela guitarra que range bem menos, pela letra que ao
mesmo tempo é inocente e maliciosa, pelos cocais femininos no fundo, pelas
palmas que substituem as cordas nos momentos certos. Solos agudos não poderiam
faltar, não quando se trata de Jack White.
I got a feelin' my minds in the sky
Trash Tongue Talker... Bem, para ser sincera, eu não ouvi tantas
vezes para poder passar alguma impressão dela. Ouçam e compartilhem idéias.
Hip (Eponymous) poor boy, On and On and On e Take me with
you when you go, são as músicas com mais referencias clássicas do álbum.
Pianos preenchem todas as músicas, e tirando a última, mantém um ritmo linear,
sem muitos agudos ou mudanças como nas outras músicas. I guess I should go
to sleep também traz muitas referencias clássicas. O piano é o que mais
conversa durante a música e os vocais que acompanham Jack nos levam aos bordéis
norte-americanos dos anos 30.
She don't care what kind of wounds she's inflicted on me
O disco é iluminado, uma síntese do que Jack White tem pra oferecer ao
mundo. É rico e tem de tudo um pouco. Rock, Jazz, Blues, Rap, com tons de azuis
e vermelhos, como não poderia deixar de ser. Bom para ouvir com os amigos, com as
amigas, com os amores, sozinho com café. Recomendável também com vinho e outras
drogas. Servir quente.
*Curiosidade: Na capa do disco, Jack aparece com um corvo nos ombros.
Trata-se de seu animalzinho de estimação.
Hey babies! Venho apresentar para vocês o motivo de minha insônia. Conheci esse blog por acaso em meio num outro blog qualquer e me apaixonei por ele. Não é dificil se apaixonar quando cada uma das obras, dos posts unem criatividade, música, quadrinho, salpicado com humor negro, sexo, protesto, amor. É uma mistura e tanto e uma viagem que recomendo para todos. Eduardo Damasceno e Luís Felipe Garrocho são os responsáveis pelo blog e impressionam com as sacadas que têm. Bom, o trabalho deles fala por si só. Deixo-os curtindo um pouco. O tudo está aqui: Quadrinhos Rasos.
Você já ouviu o barulho de um coração quebrando? Você já ouviu o som de um coração partindo?
Creio que seja o mesmo barulho de um vinil. Faz tipo um PLOC, ou seria um CREC? De qualquer forma, é um som horrendo, minha sinhá, sei porque o ouvi nitidamente e ainda ouço seu eco retumbando em meu coração. PLOC, PLOC, PLOC, PLOC. É o mesmo barulho das almas chamuscadas pelo inferno e das almas quebradas no paraíso.
Transa. Aquela Transa não estava ali por acaso. Sabeis que não acredito em coincidências, e isso se dá não por uma fé tola mas pelo simples fato de que elas, efetivamente, não existem. Esqueça. Ali estava ela na primeira posição da minha estante, por algum motivo ignorado. Ignorado o caralho: por causa do mesmo princípio que rege todos os fatos do cosmos. Obedeci. Pus-me a escutá-la. Não sem antes deixá-la cair como uma lâmina da morte em meus pés descalços. Sentindo o sangue quente escorrendo por eles e o profundo corte no mesmo, olhei para os céus e dei graças ao deus imaginário: Gaças a deus que meu pé amorteceu a queda e não deixou nenhum mal acometer minha preciosa relíquia. Foi com fervor que pus-me a ouvir e com veneração que o guardei outra vez na sua posição original, não sem antes notar uma pequena fissura que me impedia de ouvir aquela canção.
Não por acaso, veio aquela canção depois. Oh, você está me convidando. Entendendo o sinal, quis ouví-la com mais fervor. Não só ouvir mas sentir a transa, o lance todo. Da introdução ao fim do lado dois. Cada chiado. As rítmicas e cíclicas rotações.
E de repente, como se o mundo todo tivesse conspirado para minha ruína, como se todos os demônios tivessem se unido contra mim, num esforço tolo para engendrar meus caprichos infantis e cancerianos...
Você já ouviu um coração partindo, minha sinhá? Tem o mesmo som sinistro que um vinil estilhaçando, dilacerando-se em dois pedaços desiguais e brilhantes.