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segunda-feira, 30 de maio de 2011

Je Last Night rêvé que quelqu'un m'aimait

Leiam ouvindo o álbum dos Smiths Strange ways, Here We Come

Eu realmente (e felizmente) sonhei isso, acredite quem quiser. E continuo a esfregar-se freneticamente em uma garota menstruada.

Você já teve um daqueles dias em que algo parece estar tentando te contar sobre alguém? O dia parece possuir um leve perfume de anticépticos e naftalina. E em algum lugar permanece aquele cheiro de cigarros baratos e vinho vagabundo. Acabei de ter esta sensação. Algo dentro de min parecia costurado a ponto de parecer que fizeram tricô com minhas tripas.

Dizia pra min mesmo que esta sensação talvez fora apenas um delírio, mas parecia que os que fizeram tricô com minhas tripas agora faziam com minhas veias, unhas, dentes e pelos.

Vou ate a porta da frente chuviscava um pouco. O cheiro do asfalto molhado leva-me ao âmbito mais profundo de todas as sensações nostálgicas. Sigo a procissão dos portes que me levam de cara ao resplendor dos céus de São Sebastião e suas colorações magnificamente belas. Estendo minha mão a frente e aberta como se fora receber algo e algumas gotas são presenteadas a min. Passo a mesma mão em meu rosto e cubro minha cabeça com o capuz de meu moletom afrodisíaco que carrega chifres de rinocerontes.

Olho ao redor todos parecem tão estranhos quanto eu. Presos a seguir seus destinos pressupostos por terceiros a passos vagarosos. Ninguém parece me notar.

-Girlfriend in coma I know, it’s so serious... it’s my last good bye it’s so serious…

Noto uma garota magnificamente bela a caminhar sob a fina chuva que banhara a cidade. Noto que seus cabelos possuem as nuances de minha palheta plástica, a mesma tinha seu corpo envolto em um fulgor dionisíaco, seu corpo parecia flutuar sobre o fino manto de água da chuva que repousava ao solo. Ela nota minha presença e para repentinamente. Fica a me encarar parece querer dizer-me algo, mas parecia que suas palavras haviam fugido, eu a olho e digo sobre os chifres de rinocerontes que repousam em meu moletom afrodisíaco, a mesma diz não acreditar, mas digo-a que pode acreditar em min. Pego sua mão e pomo-nos então a caminhar por entre as vielas de meu bairro, digo que a garota que amo esta em coma e é muito sério ela ainda parece não acreditar em nada que digo.

Ela sorri o tempo inteiro, mas não um sorriso escancarado que todos os seus dentes passam a impressão de que querem fugir da boca, mas apenas um fino sorriso com seus lábios arroxeados pelo frio.

Ela segura minha mão, eu digo que gostaria de fazer uma tela com a mesma. Ela sorri e pergunta-me se ela terá que se despir por completo pra min. Engulo ar a seco e minha garganta parece travar com a pergunta. Digo que se for possível eu me tornaria o cara mais feliz deste velho mundo. Ela continua a sorrir, seu celular toca era sua avó. Reclamando que a mesma não podia ficar por ai andando com qualquer um e que já era hora de voltar pra casa, e disse mais, pessoas normais não dançam na chuva pode estragar a tintura do cabelo, dizendo ainda:

-você não quer perder seu rosa, verde, roxo e vermelho quer?

A mesma atira o celular com tanta força contra o chão que pensamos que ia despedaçar-se em milhões de pedaços, mas ele para a poucos milímetros do chão fica lá inerte flutuando. Ela me olha com uma alegria que não consigo entender o porquê e me diz que queria ser minha eterna musa galáctica das estrelas.

Seguimos então pra minha casa. Agora sei o que o dia queria me contar. Agora sei quem era aquele alguém com cheiro de remédios.

-You watching me fall...

Chegamos enfim a minha casa e felizmente não havia ninguém lá todas aquelas pessoas indesejáveis haviam partido para não importa onde. Segurando a mão da mesma levo-a a meu quarto ela senta-se em minha cama, saio por alguns minutos, volto com um cavalete barato e de péssima qualidade uma tela, algumas tintas, pinceis emprestados, lápis e etc, etc.

Ela me observa com extrema atenção. E acaba por dizer que desenha também. Eu paro o que estava fazendo olho-a e pergunto se era sério o que ela havia dito, ela afirma que sim com toda a segurança do mundo, pede para que ligue o computador e vá a certa pagina e mostra-me seus trabalhos e fico encantado com a qualidade dos mesmos. Salvo alguns e voltamos à concepção da tentativa de reproduzir toda sua beleza perante meu caleidoscópio orgíaco movido a licores dionisíacos.

Converso com a mesma que estava a despir-se a minha frente. Fora tirando sua blusa lentamente, aqueles segundos pareciam eternos pra min, tirou-a e jogou a sobre minha cama, sua pele era de uma brancura perolada talvez a coisa mais bela que já havia admirado em toda a minha vida. Tentou desabotoar seu sutiã, mas talvez ainda estivesse entorpecida, pois não conseguirá solta-lo, levanto-me e meus dedos gelados tocam suas costas fazendo seus finíssimos e quase incolores pelos ouriçarem-se revelando todos aqueles pontinhos onde jazem as raízes de seus pelos, ela solta um suspiro. Desabotôo seu sutiã o mesmo cai no chão. Dou um leve beijo na parte de trás de seu pescoço à mesma vira-se e devolve-o em meus lábios. Afasto-me e sento em meu banquinho a frete de meu cavalete.

Seus finos e branquíssimos dedos de pontas róseas desabotoam sua calça jeans azul, a mesma segura a e desce a lentamente até os tornozelos, senta-se em um banco especifico para minhas mademoiselles que me servem de modelos para as mais variadas concepções artísticas (só a Anne que não tem tempo pra servir de modelo, apenas como modelo antes que alguém leia esta merda e queria me matar achando que quero comê-la, e pra reforçar é só como modelo você e seu namorado, podem ficar tranqüilos não tentaria atacá-la em hipótese alguma). Sentada ela leva suas pequenas mãos a calça puxa-a e a tira e joga a mesma sobre minha cama, levanta-se novamente penetra seus dois polegares por entre o elástico de sua calcinha extremamente branca tal qual sua pele, e vai empurrando-a para baixo tão vagarosamente que meu corpo entra em um turbilhão continuo do mais puro torpor dionisíaco embebido por aquele belo balé. Ela leva sua calcinha ate seus pés curvando-se para retirá-la e por a mesma sobre minha cama. Ela senta-se sobre o banquinho. Já bem corada por estar despida eu caminho ate a mesma e coloco um tecido sobre sua coxa direita e por entre sua cintura e peço-a pra ficar de costas pra min e de frente pra janela, ela parece meio desnorteada e permanece imóvel apenas me olhando. Suas bochechas estão bem róseas suas orelhas parecem em chamas de tão vermelhas, os bicos de seus seios estão bem rígidos e possuíam uma leve mistura de rosa e marrom, envolta dos mesmos seus filamentos venosos possuíam uma leve coloração azulada. Seguro em seus braços minhas mãos geladas fazendo-a arrepiar-se ainda mais ela fecha os olhos entorpecida pelo frenesi dionisíaco do momento, levanto-a meu intuito era apenas por a mesma de costas não com terceiras intenções, mas sim com o intuito de fotografar e estudar suas formas e delinear os chifres de rinocerontes contidos em suas curvas fetichistas, mas felizmente a mesma encarou aquele levantar de outra forma.

Com os olhos fechados a mesma aproximou sua face da minha, tão próximo que pude sentir sua respiração ofegar contra a minha. Seu hálito possuía um aroma tão doce que me embebedou de imediato, sua boca entreaberta fora vagarosamente aproximando-se da minha meus olhos foram fechando-se vagarosamente, mas antes de o fazerem tive tempo de deleitar-me com a magnífica visão do sol contra seus cabelos multicoloridos e a refração da luz do sol contra seu cabelo causava a ilusão mais bela que já havia tido ate aquele momento, não irei descrevê-la, pois quero mantê-la só pra min.

Seus lábios adocicados e brilhantes apertam-se contra os meus. Uma de suas mãos fora as minhas costas, a outra fora a minha barriga que a mesma trata de encravar suas unhas ate a mesma sangrar. Uma de minhas mãos toca levemente sua nuca, e a outra jaz em sua cintura. Ouço uma musica do Nouvelle Vague, coincidentemente era O Pamela ao fundo em um leve fade-in.

“This is a Page from my diary”

“Fifty of November”

“This is a page from my diary”

“But I can’t remember this”

“I wroth this words again”

“Flowers of pomegranate”

“All my feelings are change”

“Oh Pamela”

“Tell everyone…”

“Oh Pamela…”

Ouço um bater insistente e escandaloso na porta de meu quarto. Vou despertando aos poucos, e a garota que me acompanhara em meu delírio no plano onírico vai distanciando-se de min. A mesma ainda matinha seu magnífico sorriso no rosto e tudo a nossa volta estava se desfragmentando eu tento alcançá-la, mas a mesma já estava longe demais, ela percebe nossa distancia e grita:

-você me espera tá, nos veremos de novo, viu?

Apenas balanço a cabeça afirmando com toda a certeza do mundo que nos veríamos novamente e tentando avançar. Vejo a cada vez mais longe. Surge então a minha frente um filete do que me parecia água, ele corta todo o meu quarto acompanho no com meus olhos ainda tentando ferozmente avançar nem que seja um misero paço sinto um frio de cortar a pele, algo metálico choca-se contra o meu corpo e como se caísse de um edifício. A velha teoria do salto ao plano desperto é posta contra min, maldito Freud. Infelizmente desperto. Estou sobre minha cama meus cobertores ao chão junto de meu travesseiro laranja. Minha mãe batendo na porta como uma louca e gritando:

-Allan acorda a Pamela tá te chamando há uma meia hora...

Malditas sejam. Levanto e lá esta ela em pé a minha porta um ódio indescritível corre por todo o meu corpo tento não socá-las meu rosto treme parece ter convulsões e um fingido sorriso toma forma. dou boas vindas à mesma que entra em meu quarto e abraça-me. Peço licença pra ir ao banheiro, adentro-me no mesmo e lavo meu rosto e recebo de min mesmo alguns fortes bofetões para afastar o ódio matinal comum de minha pessoa. Não consigo esquecer a moça de meus sonhos, ela dizendo pra esperá-la. Meu deus este fora o sonho mais vivido de toda a minha vida.

Mal vejo a hora de ficar em coma...

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